Que se volte a luz!

Desatinos, Descompassos e Devaneios

27 de setembro de 2013

Errei... A vida segue!


Errei, não existe máquina do tempo para voltar ao passado ou fazer com que nos leve rapidamente para o futuro e esqueçamos tudo. Não, não há como esquecer, não há como pedir para recomeçar, não há como perdoar. Na verdade, nunca irei me perdoar. Acordei com um gosto amargo na boca. Minto! Não acordei, para isso era necessário ter dormido e, ultimamente, estou dormindo em uma cama de faquir, mesmo sem pregos e vejo a noite virar dia, o dia voltar a ser noite, a noite virar dia... Levantei, melhor assim, com um gosto amargo na boca. Uma mistura de vergonha, dor, medo, perda, raiva (de mim), nojo e recusa invadiu o meu ser em que nem as olheiras e as bolsas lacrimais poderiam me esconder quando olhei no espelho do banheiro. Perguntei várias vezes olhando cara a cara, olho no olho, “quem é você?”. Banho morno, tempo indeterminado, ouvi uma voz lá de dentro soltar um “covarde”. Lágrimas pegavam carona na água que descia pelo meu rosto. Lágrimas, elas voltaram, saíram do epicentro da alma e foram desaguar em um ralo de banheiro. Perdido pelo apartamento, a cada passo dado, a cada objeto encontrado, vinham as lembranças! Lembrança de um passado recente, lembrança de quem eu era, lembrança de quem você era, lembrança de nós dois. Uma coisa de cada vez eu fui enchendo uma mala posta no meio da sala, em cima daquele pufe vermelho que tanto gosto. Cada objeto que colocava ali dentro tinha a sua história, o seu porquê e uma voz continuava a gritar em meus ouvidos: covarde, você viu o que você fez? Quem é você? Lágrimas! A vergonha hoje me faz ficar mudo, olho para o chão procurando alguma coisa que perdi, olho para o chão por me sentir quebrado, por ter recebido um amor que não soube respeitar ou cuidar, por ter sido realmente um covarde. Olho para o chão perguntando-me quem eu sou, olho para o chão para que um dia eu tropece e encontre alguma resposta, quem sabe eu volto a tropeçar em você... 


P.S. Hoje à tarde, ao chegar ao apartamento, Bethoven, o cachorro de rua que chamamos de Bob, veio até a mim em busca de comida, falei para ele que hoje não, quem sabe outro dia...

Carpe diem
Márcio Dx
Um cover incrível...

14 de setembro de 2013

Escrever...



Escrever, parte de mim pede, parte de mim se perde. Quero escrever por escrever, sem dizer o porquê, nem para que e muito menos para quem. Quero escrever pelo simples fato de escrever, sem precisar reler, modificar alguma parte ou corrigir. Quero escrever porque me faz sentir livre, sem amarras, sem pudores, sem correntes. Quero escrever para mostrar o que eu sinto, o que eu penso, o que sou. Talvez, quem sabe eu não seja, não sinta e não pense nada disso do que estou escrevendo. Quero escrever enquanto ouço velhas e novas músicas, enquanto vou e volto, enquanto durmo. Quero escrever porque sonho, porque imagino, porque amo, porque me apaixono fácil. Quero escrever pelo simples fato de estar vivo e querer sentir-se vivo.

Carpe diem
Márcio Dadox