Então resolvi partir...
Em breve estarei partindo desta cidade que me trouxe muitas
alegrias, mas onde a tristeza ganhou muito espaço e venceu os sorrisos e os
sonhos que eu trazia na alma. Estarei partindo para tentar fazer aquilo que
busquei várias vezes aqui, mas não consegui. Irei dar sentido na palavra
RECOMEÇAR.
Estarei partindo, não porque eu não queira ficar, mas a
minha alma não consegue mais ficar sozinha dia após dia, noite após noite. Preciso de amigos, da minha família, preciso me sentir amado, pois amor eu tenho de
sobra e não há ninguém que possa dizer que não o compartilhei.
Estou indo, pois as lágrimas venceram meu sorriso largo, o
telefone que não toca, a família que não vejo, a busca incessante por um número
que eu possa ligar e me atender sem ser inconveniente, pois sempre é tarde, ou é
cedo, ou é uma hora que não há como atender.
Estou indo para poder abraçar a quem eu amo mais vezes,
para brincar, ver os meus sobrinhos crescerem e quando me sentir só, em pouco
tempo dormir no aconchego da casa dos meus pais.
Estou indo embora, tentar dar um adeus a solidão, pois essa
companheira que insiste em ficar ao meu lado não está me fazendo nada bem.
Chega deste sertão virá mar, chega...
Carpe diem,
Márcio Dadox
Aos amigos, hoje realmente eu escrevi com a alma, na verdade
com a dor que ela está sentindo...