Que se volte a luz!

Desatinos, Descompassos e Devaneios

21 de junho de 2010

Os amigos Invisíveis (Fabrício Carpinejar)

Os amigos não precisam estar ao lado para justificar a lealdade.
Mandar relatórios do que estão fazendo para mostrar preocupação.
Os amigos são para toda a vida, ainda que não estejam conosco a vida inteira.
Temos o costume de confundir amizade com onipresença e exigimos que as pessoas estejam sempre por perto, de plantão.





Amizade não é dependência, submissão.
Não se têm amigos para concordar na íntegra, mas para revisar os rascunhos e duvidar da letra.
É independência, é respeito, é pedir uma opinião que não seja igual, uma experiência diferente.
Se o amigo desaparece por semanas, imediatamente se conclui que ele ficou chateado por alguma coisa.
Diante de ausências mais longas e severas, cobramos telefonemas e visitas.
E já se está falando mal dele por falta de notícias.
Logo dele que nunca fez nada de errado!
O que é mais importante: a proximidade física ou afetiva?
A proximidade física nem sempre é afetiva.
Amigo pode ser um álibi ou cúmplice ou um bajulador ou um oportunista, ambicionando interesses que não o da simples troca e convívio.
Amigo mesmo demora a ser descoberto.
É a permanência de seus conselhos e apoio que dirão de sua perenidade.
Amigo mesmo modifica a nossa história, chega a nos combater pela verdade e discernimento, supera condicionamentos e conluios.
São capazes de brigar com a gente pelo nosso bem-estar.
Assim como há os amigos imaginários da infância, há os amigos invisíveis na maturidade.
Aqueles que não estão perto podem estar dentro.
Tenho amigos que nunca mais vi, que nunca mais recebi novidades e os valorizo com o frescor de um encontro recente.
Não vou mentir a eles ¿vamos nos ligar?¿ num esbarrão de rua.
Muito menos dar desculpas esfarrapadas ao distanciamento.
Eles me ajudaram e não necessitam atualizar o cadastro para que sejam lembrados.
Ou passar em casa todo o final de semana e me convidar para ser padrinho de casamento, dos filhos, dos netos, dos bisnetos.
Caso encontrá-los, haverá a empatia da primeira vez, a empatia da última vez, a empatia incessante de identificação.
Amigos me salvaram da fossa, amigos me salvaram das drogas, amigos me salvaram da inveja, amigos me salvaram da precipitação, amigos me salvaram das brigas, amigos me salvaram de mim.
Os amigos são próprios de fases: da rua, do Ensino Fundamental, do Ensino Médio, da faculdade, do futebol, da poesia, do emprego, da dança, dos cursos de inglês, da capoeira, da academia, do blog. Significativos em cada etapa de formação.
Não estão em nossa frente diariamente, mas estão em nossa personalidade, determinando, de modo imperceptível, as nossas atitudes.
Quantas juras foram feitas em bares a amigos, bêbados e trôpegos?
Amigo é o que fica depois da ressaca.
É glicose no sangue.
A serenidade.



Li este texto ontem no livro "Canalha" do Fabrício Carpinejar, sei que é crime copiá-lo em parte ou integral, mas gostaria de dividir com vocês um pouco deste fantástico autor que descreve exatamente o que sentimos de forma simples, agradável e com bastante sentimentos. 


Este texto vai em especial a dois grandes amigos, um que está em São Paulo e irá embora do país em breve, espero que sua noiva o faça muito feliz, porque estou muito feliz com sua conquista! E outro que está em Natal e que vai partir para São Paulo no próximo mês. Que você se realize nesta nova empreitada. Amo demais vocês dois, meus irmãos que Deus me deu!


Carpe diem


Márcio Bezerra

12 de junho de 2010

Eu posso...

Não, os mosquitos podem esperar um pouco,
O tempo pode esperar mais cinco minutos até eu acordar,
Posso assistir a três jogos da copa sem me preocupar,
Posso comer uma pizza inteira e tomar refrigerante até acabarem os dois litros e meio,
Posso malhar um pouco, não muito para não me cansar.
Posso brigar via internet, pessoalmente, mas o importante depois é nos amarmos
Posso namorar, ficar, sei lá, sem culpa,
Posso ligar, falar, sentir saudades ao sentir o cheiro dentro de casa,
O cheiro pode ser meu, seu, nosso, o da pizza que queimou ou do hidratante que eu, você, nós usamos,
Posso dizer que irei arrumar a casa e no máximo tiro o lixo do cesto e nem levo lá para fora, deixa para amanhã, é domingo!
Domingo, posso acordar cedo, posso dormir até tarde e posso, se eu quiser, nem acordar,
Posso, posso, posso... tudo eu posso.
Basta querer e acreditar que o amanhã vai ser tão bom ou melhor do que o agora.


Carpe diem


Márcio Dadox

11 de junho de 2010

Revolta após 30 anos!

Há muito tempo eu tinha um sonho, o sonho tornou-se realidade, porém não da forma que eu esperava, coisas erradas acontecem e as pessoas se acham donas da razão. Não consigo mais discutir e decidi, a partir de agora, não vou mais abrir a boca, me cansa, me deixa chateado e eu só tenho vontade de sumir, de ir embora e gritar para todo mundo, FODA-SE!

Não estou feliz, nenhum pouco e o pior é que agora vem as eleições e não posso tomar outro rumo e fico me perguntando, o que foi que eu fiz de errado? A tristeza me consome.

Não estou feliz no trabalho, não estou feliz comigo mesmo, não estou feliz no lugar que estou morando, não estou feliz por ter deixado o meu doutorado inacabado e sem perspectiva de volta,  não estou feliz e não vou engolir a hipocrisia de que tem gente pior do que eu... Se tem... 

FODA-SE!

Carpe diem

Márcio Bezerra