Agarrado ao livro que me emprestastes, sinto que estás agarrado a um copo de cerveja, talvez não seja um copo e quem sabe tu estejas agarrado a um corpo, da mesma forma que estávamos antes, ontem, antes de ontem, mesmo que não seja tão ontem assim, mas fica parecendo que foi hoje quando se está preso na memória.
Ao partir, descubro-me tão escuro quanto à ausência do sol às 5h da manhã e apenas a lembrança do teu sorriso ilumina o meu caminho para que eu retorne a minha casa.
O livro faz pensar em ti, talvez o teu ato tenha sido proposital para que tu não saias de mim durante a noite enquanto eu não posso voltar aos teus braços. Parece que eu sou apenas mais um que ao chegar depois de um final de semana de vinte e poucos dias, irei ocupar os braços em que outros braços tenham aquecido. Braços saudosos, ou fingindo ser, esperando por minha volta. A volta de que um dia eu me senti forte e depois me despedi como um menino, por ter tido apenas uma ida breve.
Carpe diem.
Márcio Bezerra
Um comentário:
Sabe aquela sensação de quando você ver alguma coisa realmente fascinante? Estou sentindo isso agora ao ler esse texto "Despedida de uma ida breve"... Nem adianta eu tentar descrever, até mesmo pq isso não cabe... O que posso dizer é que estou realmente fascinado!
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