Que se volte a luz!

Desatinos, Descompassos e Devaneios

26 de outubro de 2016

Trocando uma lâmpada, iluminando a alma

Para alguém especial e que me faz escrever clichês.

Afastei o sofá para o centro da sala, no teto, das duas lâmpadas, uma está queimada e eu que gosto tanto de ler esparramado na tranquilidade do sofá, tinha esse desprazer há quase um mês. Já tinha ensaiado utilizar a escada de dois degraus para alcançá-las, mas o medo de cair era maior do que a vontade de ler. Enquanto empurrava o sofá, o rolo vermelho atrás dele, que você tanto detesta, caía mais uma vez. Sorri. Ergui os braços, alcancei o lustre empoeirado e vagabundo que escondia uma lâmpada queimada e outra que já dava sinais de cansaço por horas trabalhadas. Desenrosquei e me veio o pensamento de como você me faz bem, assim, do nada e ao mesmo tempo tudo, com o vento que entra pela porta da varanda que dá para a cozinha. Engraçado que a gente se pega pensando em cada momento, deveria me concentrar em trocar as lâmpadas, mas sei lá, acontece que você veio como aquele vento e eu cheguei a sentir o seu cheiro de quando a gente se beijou pela primeira vez assistindo e ouvindo o DVD de Bethânia em um outro sofá. Depois veio a recordação de como nos encontramos sem querer, “onlinemente”, depois “celularmente”, depois “academicamente” e hoje nos falamos através dos nossos olhares e um simples toque de mãos, de um respirar mais exaltado. Clichê, talvez, mas que faz bem. Passo horas tentando lembrar a música que Roberta Sá cantava para colocar no som vez-em-quando, mas nunca lembro e tenho vergonha de perguntar. Mas lembro da sua voz falando ao meu ouvido de que estava pensando em mim e isso basta. Tanta loucura, tantas dúvidas e ao mesmo tempo certezas de que fazemos bem um ao outro. Planos inimagináveis, quem diria, 2 anos, 10 meses e 5 dias. Uma construção que tinha tudo para não dar certo. Ainda, lembro do sorriso da minha mãe, do supermercado que virou nosso principal programa, de como não era nada e de repente nos tornamos tudo. Obrigado por me fazer feliz. Obrigado. Hoje, mais do que ontem e menos do que amanhã, adoro clichês, quero dizer que você me faz feliz e que eu te amo.


Parabéns, te amo.

Márcio Bezerra
Carpe diem

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