Que se volte a luz!

Desatinos, Descompassos e Devaneios

26 de janeiro de 2010

Cotidiano parte 01/2010

Talvez eu seja depressivo, talvez não seja tão ruim assim, mas eu gostaria de chegar aqui e dizer: estou feliz, quando na verdade não estou. Os dias estão cada vez mais quentes, os olhos chegam a arder, a cama continua sempre quente, assim como os móveis e as minhas roupas. A lavadeira não vem buscar roupa há 15 dias e não atende as minhas ligações. Você, caro leitor desocupado, poderia dizer, então arruma outra, bem, até queria, mas aqui isso também não é tão fácil.

Tenho trabalhado muito nas tarefas do lar, mas a casa nunca fica arrumada ou ao meu gosto, tenho sempre louça na pia, estou sempre com fome e a minha comida não é boa. Você também poderia dizer para eu comer fora, mas eu ainda não sei qual comida tem gosto pior; na verdade, não é a minha, pois a minha é totalmente sem gosto!

Todo mundo sabe o quanto amo ir à academia, mas depois que cheguei aqui e a academia fica a 5 km de casa, não tenho ido com tanta freqüência, o que tem me deixado bem mal humorado. E olha que a academia não é uma das melhores, porém é a melhor que a cidade pode oferecer, ela tem os seus horários super reduzidos, mas também, como malhar nesta cidade entre às 10h e 15h?
Minha companhia nesta cidade tem sido a internet, os amigos distantes que às vezes se preocupam em dar um alô ou deixar um recado no Orkut. Acho que vou ficar solteiro por um bom tempo. Aqui não há possibilidades de casamento. Para quem curte esta vida de interior, parabéns, mas eu sou completamente urbano.

Ainda estou sem televisão e minhas alegrias são esporádicas, como agora eu tenho uma mesa e cadeiras, já posso ficar sentado sem ser na cama, como também, posso fazer minhas refeições nela. Realmente foi a “aquisição”, deveria ter pensado nela antes dos armários, mas e onde eu guardaria as minhas coisas? É realmente, tem coisas bem essenciais, como uma televisão, que ainda não tenho!
Terminando por aqui, vou pra geladeira, pegar mais uma cerveja e me refrescar, fazer a festa dos pernilongos lá fora eles também estão sedentos pelo meu sangue.


Carper diem
Márcio Dadox

18 de janeiro de 2010

Meu começo de ano!

Devo ter pisado em rastro de corno ou cruzei com um gato preto – pensei com todos os acontecimentos ruins que me aconteceram durante a virada de ano. Comecei o ano amargando um prejuízo de ter o carro arrombado, mas é o preço que se paga em ter um carro. Então, pensando com mais otimismo, não levaram nada, apenas quebraram o vidro e só perdi o dia, a primeira segunda-feira do ano, essa que eu iria viajar no meu carro para não ter que andar 10 km todos os dias para ir à academia.


Mudanças, meu companheiro de apartamento procura desesperadamente um novo lugar para morar, ele precisa de mais espaço para suas intimidades e acho que ele tem razão, só que não vejo nada nesta cidade melhor lugar do qual já moramos, mas ele se muda para um lugar menor e eu, agora, tenho que arcar com tudo sozinho. As contas e todas as responsabilidades de arcar com uma casa me deixam em pânico e não consigo dormir por vários dias.

Organizo então um cronograma, primeiro passo, comprar uma geladeira, porque ficar sem geladeira neste calor de 40°C é impossível. Ele se muda no sábado e eu ajudo a pegar no pesado apesar de ter dormido apenas duas horas. Acordo meio sonolento, ajudo a colocar toda a sua mudança sobre o caminhão em que o motorista, um senhor de muita idade, fala asneira sem parar, mas é melhor ouvir do que ser surdo.

Minha geladeira que iria chegar no sábado, não chega, fico dois dias sem água gelada, sem comida em casa e o que é pior, fico COMPLETAMENTE sem água, mas os colegas de trabalho estão aqui para me ceder garrafas de água. Com esta semana, descobri que um garrafão de 20 L acaba em uma semana! Então, estou bebendo mais de 2 L de água por dia em casa, fora as que eu bebo na academia, no instituto onde trabalho. Ponto saudável para mim!

O fogão foi outro dilema, o que adianta ter fogão se não tenho um botijão, consigo comprar um vazio e depois ligo para que ele seja substituído por um cheio, prejuízos a parte, hora de conectar, bem... Como assim? O fogão não vem com registro? Lá vou comprar um registro e as belas caminhadas de 10 km continuam.

Do dia 4 ao dia 11, meu telefone celular da Oi, não funcionou, tudo pago, tudo certo e eu não agüento mais falar com a &¨%$#* da atendente virtual. Cancelo a conta, perco meus 31 anos, o combo de falar das 23h às 7h da manhã de graça e também, as 30 msg que eu tenho  direito por mês. Em compensação me livro da conta de R$200 e do estresse de um telefone que não funciona... Ô rastro de corno este viu?

Agora vem a cereja do bolo, não conseguirei minha transferência para outra cidade mais próxima de onde eu saí, vou continuar a 420 km de distância e o sonho de acabar meu doutorado este ano desaparece cada dia que passa, cada dia ele fica mais distante e meu medo aumenta.

Mas nem tudo foi ruim este ano. Comecei uma especialização que no começo estava meio receoso, mas foi a melhor coisa para as minhas tardes da semana. Debates, leituras e até desenhos. Fui eleito coordenador do curso de alimentos e os alunos demonstram sinais carinho e afeto por mim. Isso é muito gratificante, ser reconhecido principalmente por àqueles que eu quero inserir no mercado com qualidade, como profissional e como cidadão.

Ah, esqueci de falar de como anda o coração. Com tantos acontecimentos, ele fechou para balanço no mês de janeiro, está curtindo os momentos. E quem quiser agora que me acompanhe. Estou me curtindo e isso está fazendo efeito.

Carpe diem

Márcio Bezerra