Que se volte a luz!

Desatinos, Descompassos e Devaneios

30 de novembro de 2008

"O caçador de pipas"


The Kite Runner
(O Caçador de Pipas)


Faltam-me palavras para dizer o quão é emocionante ler esta obra-prima. Por que demorei tanto para começar a ler e por que acabei tão rápido? O livro fala de amizade, ciúmes, egoísmo, covardia, lealdade, além de um pouco da história do Afeganistão, mostrando também a sua cultura. Confesso que antes de ler este livro, eu era absolutamente leigo neste assunto, não que eu ainda não seja, mas agora eu sei um pouco, muito pouco, mas pelo menos agora tenho uma linha de raciocínio que posso traçar sobre este povo.


Não há como não se emocionar e viver as personagens em sua totalidade. Frases como “por você, eu faria milhares vezes”, “Há uma nova chance de ser bom novamente” e “Amir e Hassan, Sultões de Cabul” ficam martelando em nosso cérebro depois que se pára de ler. Em apenas 3 dias eu terminei as mais de 350 páginas, lidas de forma voraz e me emocionei em muitas partes. Chorei feito criança. Nestes 3 dias parecia que o mundo estava estacionado (e estava) e eu, vivendo o caçador de pipas. Um dos melhores livros que já li em toda a minha vida.


Carpe diem

“for you, a thousand times over”



Márcio Dadox

22 de novembro de 2008

A menina que roubava livros

O título bem que poderia se chamar: A menina chata que roubava meu tempo!

Amém! Acabou minha tortura quase obrigatória de ler aquele livro que eu comecei há muito tempo. “A menina que roubava livros” (The Book Thief, no original) é um romance do escritor australiano Markus Zusak. O livro tem seus méritos, é super bem escrito, a tradução também foi fantástica, todavia, eu resumiria o livro em dez páginas, brincadeira, dez páginas não, mas quem sabe em quinze? Melhorou?
O livro é muito longo, parece que nada acontece, demoram-se horas para engatar e quando engata vem o sono e aí já viu né? Liesel que me desculpe, mas por que raios você também não morreu naquele trem?
Na página 300 do livro eu já queria a que a personagem principal tivesse sido morta. Que todos morressem, que caísse uma bomba e que a menina chata sumisse do livro e ele tomasse um novo enredo como em Lost!
O livro me fez ótima companhia para a insônia, após ler cinco páginas eu já começava a bocejar; na fila de banco ou em ponto de ônibus também era meu companheiro, bem que poderia ter escolhido um livro mais leve, pois 500 páginas não é tarefa fácil de carregar, principalmente quando se lê apenas 5 páginas por dia. Bem, às vezes no ônibus eu preferia escutar conversas aleatórias a ler.
Mas por que raios eu não desisti de ler este livro? Nem eu mesmo sei ao certo, talvez na expectativa do livro se tornar algo super-hiper-max-mega surpreendente no final. O que não aconteceu!
Agora dando a mão à palmatória, o livro tem uma história interessante, fala do poder da palavra (ponto). Em comunidades do Orkut vi várias pessoas aclamando o livro. Minha Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, o que este povo anda lendo de tão ruim?
Bom, fica aqui a dica, para que você em suas horas da insônia leia “A menina que roubava livros”. Um livro que me roubou muito tempo durante o ano de 2008.

Carpe diem.

Márcio Bezerra

11 de novembro de 2008

Uma breve história


Era uma vez um homem com espírito de criança, porém homem, este homem decidiu amar e ser feliz. Conheceu uma pessoa que para ele era a certa, alguém com quem casaria e teria filhos. Que sempre sonhou em seguir em frente uma vida a dois ou a três e quem sabe mais. Já tinha o nome para o casal de filhos, estranhos nomes para muitos, mas para ele, eram os nomes mais lindos do mundo. Também tinha nome para o cachorro da raça labrador e já imaginava como seria a casa; não teria muito luxo e nem ostentação, mas seria muito, mais muito confortável. Um lugar que ficasse perto do trabalho, que fosse de fácil locomoção, não se incomodaria se tivesse apenas um carro e não ficasse com ele, pois a prioridade seria para aquele que tivesse que pegar e deixar os filhos na escola ou ter que fazer a feira. Seria assim até então ter dois carros em casa.

O tempo foi passando e o sonho foi se desfazendo, não por ele ainda não sonhar e não querer sonhar, mas a pessoa que estava ao lado dele começou a deixar o sentimento morrer, talvez o trabalho, talvez a vontade de voar, ela começou a olhar de mais para si mesma e esquecer o que era sentir o sentimento de ser dois, de sonhar juntos. Sempre imediatista, começou a só pensar em viajar e gastar, comprar e ela, nela, para ela...
Com o tempo o homem foi ficando com um sorriso triste, ele não conseguia mais chorar, ficava com os olhos marejados, vermelhos em que às vezes era até notado, mas a outra pessoa não conseguia ver, perceber, compreender o que estava acontecendo.
Sempre envolvida em seu trabalho e sempre cultuando o seu corpo, o tempo era cada vez mais escasso, talvez as horas de academia fossem mais importantes, 3 a 4h por dia, para depois dizer que não tinha tempo para mais nada...
Onde está os “a dois”? Ah, o “a três”... O importante era o agora, mas não um agora sensato, apenas um agora, que podemos dizer efêmero e que não levaria a lugar nenhum.
O que aconteceu ao final desta história é que o homem do sorriso triste começou a duvidar-se de tudo isso, a se perguntar se o seu amor suportaria tudo isso, se realmente amava ser assim. Se amava ser considerado um empregado que só sabia trabalhar sob pressão. Logo ele, coitado (pena dele), ele que decidiu trabalhar apenas a fazer o que gosta, que é movido a elogios, que é tão perfeccionista, ele que quanto mais elogio recebe, melhor ele faz... Este homem já estava com pena de si mesmo, já estava se sentindo um lixo e quando falava com a pessoa amada, parecia que uma pá de terra caía sobre sua cabeça ou que uma faca atravessava-lhe o peito, dormia triste e acordava várias vezes à noite, não estava mais feliz e as marcas começaram a ficar cada vez mais forte em seu rosto e em um ato de desespero pensou: não, não devo amar mais, talvez seja comodismo, deve ser medo de ficar sozinho, deve ser posse, deve ser tudo ou qualquer coisa, mais amor? Acho que não é amor... amor não faz a gente sentir isso, amor não faz a gente ficar nem em dúvida, amor não dói de tristeza, pode até doer, mas dói de saudade, de desejo, de vontade...
Então, envolvido em seus pensamentos ele adormeceu e com um sorriso mais alegre suspirou: amanhã é um novo/outro dia, deve fazer sol, vou trabalhar e estas dúvidas não existirão mais, que Deus me proteja...

5 de novembro de 2008

Ah! Como é bom

Ah! Como é bom.

Como é bom ouvir sua voz doce e macia pela manhã
Saber que você irá me ligar várias horas ao dia só para saber como eu estou
Dizendo que não consegue parar de pensar em mim
Que viu algo na rua e lembrou de mim.
Que não vê a hora do almoço para que possamos nos encontrar.
Ah! Como é bom!
Saber que a tarde vai passar bem rápida
Que meu celular estará cheio de mensagens amorosas
Que logo logo virá a noite e serei tão desejado quanto te desejo.
Que poderemos ficar conversando besteira do dia-a-dia
Que iremos fazer planos para o fim de semana
Que iremos à praia caminhar
Que nossos pés ficarão enroscados para nos aquecer
Que vamos nos dar a mão enquanto dormimos
E continuaremos sonhando o mesmo sonho de antes.

Ah! Como é bom...

E como seria se isto não fosse apenas um sonho
Um sonho sonhado por apenas um
Apenas um sonho.

Carpe diem.

Márcio Dadox



Sem música, mas uma figura...